Coração exposto!
É dolorosa a ideia que se luta contra o cancro!
É desumano!
O cancro arrebata todos os planos visíveis e invisíveis do físico, do emocional, do mental e da moral humana.
É uma guerra de imensas batalhas, muitas perdidas, sem destino e sem retorno.
Tudo se esvai da vida do doente oncológico : a força, a cor, a esperança, a razão, o sentido, a orientação e a vontade.
Passa se a terrível prova de Amor e Amizade! Fica se a conhecer na mais profunda verdade, quem está realmente firme do nosso lado, quem fica se necessário a amparar as nossas quedas e quem não demonstra a mínima compaixão, apoio ou solidariedade!
As cinco fases emocionais de se lidar com um diagnóstico são a negação, por ser humanamente impossível de aceitar; a revolta, porque qualquer quadro é difícil de conjugar; a negociação, quando se começa a entender que se têm de fazer algo; a depressão face ao que é revelado e necessário se submeter; e a aceitação do facto do que nada será como antes!
Embora haja dias em que as fases se sobrepõem para confusão de todos que rodeiam o doente, porque é doloroso para quem gosta de verdade e quer ajudar mas é muito mais penoso para quem foi sentenciado!
Não tentem desvalorizar o que quer que seja relativo a um diagnóstico, porque em muitos quadros nem os próprios médicos sabem ou podem dar garantias do que quer que seja o desfecho de um procedimento!
E não pensem que um doente por ter melhores resultados foi porque teve mais coragem ou incentivo do que outro, porque não funciona assim!
Porque se fosse possível pessoas influentes, poderosas ou ricas seriam sempre salvas e como sabemos na realidade não é assim!
Claro que há esperança!
Também existem casos que se resolvem!
Remissão!
Claro que existem milagres!
A cura completa!
A promessa de uma nova vida!
Mas nunca se trata de quem luta mais ou menos, não se trata de todo de uma luta!
Porque olhar o cancro dessa forma é injusto para quem não tem sucesso nos tratamentos ou cirurgias, ou para quem parte desta vida com uma doença oncológica!
Todos que vivemos iremos morrer um dia, só não sabemos como e porquê para alguns partir tem de ser tão injusto.
Cérebro confuso!
Mas Alma tranquila!
Cristina Duarte.
16/04/2024
